Reparations Club

Identidade visual e leiaute de site para livraria de Los Angeles focada em temáticas raciais.

Trabalho selecionado na 14ª Bienal Brasileira de Design Gráfico da ADG.

Reparations Club

Reparations Club é uma livraria conceito e espaço criativo em Los Angeles, Califórnia. Criado e gerido por Jazzi McGilbert, Rep Club é um projeto dedicado exclusivamente à fomentação e promoção da literatura e da produção cultural BIPOC (expressão em inglês que engloba pessoas pretas, indígenas e “de cor”, como são chamadas em inglês pessoas não brancas).

O projeto tem sua curadoria focada em produtos feitos por pessoas com esse recorte racial, além de jogar luz em temas relacionados a questões sociais e raciais, tendo como propósito promover a circulação de bens e dinheiro entre as mãos dessas pessoas através da venda e promoção de seus produtos.

O nome do local reforça o aspecto de “reparação”, ou seja, a ideia de que deve haver uma espécie de indenização às pessoas negras que por séculos foram escravizadas e privadas de qualquer progressão social e econômica. No contexto estadunidense, em 1865 foi-se prometido “40 acres e uma mula” às famílias negras que haviam sido escravizadas nos Estados Unidos, promessa que nunca foi cumprida.

Questões raciais ao redor do mundo possuem raízes semelhantes, mas suas implicações práticas variam de acordo com contextos e costumes específicos de cada região. Nosso desafio foi entender como historicamente se dá a segregação racial nos Estados Unidos e como criar uma identidade visual atual que tivesse esse cenário histórico como ponto de partida.

Com a intenção de criar uma identidade que reforce os valores histórico-sociais do projeto e que auxilie na reverberação das vozes que ele representa, concentramos a expressão da marca em sua tipografia. Duas famílias tipográficas contrastantes foram escolhidas com inspiração histórica em publicações e materiais gráficos relacionados à cultura negra e seus movimentos sociais. O quadrado, além de representar um recorte, uma janela que aponta para uma visão de mundo, também pode ser interpretado como a demarcação do espaço que deve ser destinado – como reparação histórica – à população BIPOC. As cores pautam a urgência do projeto, e simbolizam o equilíbrio entre uma cultura vibrante e a seriedade de suas lutas que são impulsionadas pela livraria.

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