A exposição é dedicada à trajetória e à produção literária da autora mineira que se tornou internacionalmente conhecida com a publicação de seu livro Quarto de despejo, em agosto de 1960. Tem como objetivo apresentar sua produção autoral que incluiu a publicação, em vida, de outras obras literárias, além de destacar suas incursões como compositora, cantora e artista circense.
Dividida em 15 núcleos temáticos, a exposição apresenta notícias, manuscritos, fotografias e documentos sobre a vida e obra de Carolina. Também conta com obras de cerca de 60 artistas, parte comissionadas, que dialogam com os temas investigados por Carolina.
A curadoria é do antropólogo Hélio Menezes e da historiadora Raquel Barreto e a assistência de curadoria, da historiadora da arte Luciara Ribeiro. Além do IMS Paulista, outras instituições também receberam a mostra: o Sesc Sorocaba (SP), o Sesc Rio Preto (SP), o Parque Madureira (RJ) e o Museu de Arte do Rio (RJ) – essa com assistência de curadoria de Phelipe Rezende.
A identidade visual criada é exclusivamente tipográfica, dando ênfase para o aspecto literário da exposição. Analisamos as características da letra de Carolina e escolhemos uma tipografia que apresenta similaridades estruturais com ela, como a altura de x generosa e a largura das letras levemente estendida. A tipografia está presente em muitos materiais da comunicação visual, sendo sua principal aplicação nas frases da autora que percorrem o topo de todo o espaço expositivo.
As cores são uma homenagem a Carolina. O vermelho era sua cor predileta: a autora sonhava em residir numa casa dessa cor, porém mesmo quando conseguiu comprar sua casa não pôde pintá-la de vermelho por medo de retaliação dos padres que a taxariam de comunista. Já o azul faz menção às inúmeras menções à cor do céu em seus diários.
O título da exposição utiliza a letra de Carolina e foi inspirado no nome de um manuscrito inédito da escritora. Ela atribuiu a autoria ao político e jurista Ruy Barbosa, um homem branco que pertencia às elites dominantes deste país, com seus históricos privilégios de classe, raça e gênero. Carolina, porém, mudou o sentido: seus brasileiros são outros, e, como ela, são negros/as e pobres − sujeitos rasurados da história oficial.
Mais informações sobre a exposição podem ser encontradas no site criado pelo IMS: http://expocarolinamariadejesus.ims.com.br